Quando utilizamos a expressão “zona de conforto” referimo-nos a
pensamentos, comportamentos, hábitos, rotinas com os quais estamos familiarizados,
que não nos causam medo, ansiedade ou nos colocam em risco. Nessa zona
pautamo-nos por desempenhos constantes e relativamente satisfatórios. No
entanto, esta sensação de segurança pode iludir-nos, limitando o nosso crescimento
(emocional, profissional…).
A zona de conforto é um estado tão familiar
que muitas vezes não nos apercebemos que estamos inertes ou a estagnar.
Na minha experiência enquanto
psicóloga, confronto-me muitas vezes com o desafio de estimular as pessoas que
acompanho (crianças, jovens, adultos) a desenvolver ações que lhes facilitem os
seus objetivos, resolvam ou minimizem os seus problemas, ou promovam
comportamentos saudáveis. A alimentação adequada, o exercício físico, deixar um
mau relacionamento, iniciar um novo empreendimento, mudar uma crença, ser mais
assertivo - estes são alguns dos muitos
desejos que as pessoas, normalmente, querem realizar, mas falham na iniciativa ou,
quando a tomam, demonstram dificuldades na motivação e na persistência para
atingir o objetivo.
E por que motivo estas situações
acontecem?
Evitamos a mudança porque, de uma
forma ou de outra, a mudança envolve diferentes tipos de dor. Se queremos
perder peso, temos de enfrentar a “dor” da privação dos alimentos de que tanto gostamos. Se quisermos terminar um
relacionamento, temos de enfrentar o fantasma da solidão. Se queremos começar
um novo negócio, temos de enfrentar a possibilidade do fracasso. Se pretendemos
mudar uma crença, temos de lidar com uma nova forma de pensar. Se queremos ser
assertivos, temos de aprender a comunicar melhor e a estar atentos às nossas
reações, bem como às consequências dos nossos comportamentos.
O desconhecido!
Mudar é crescer… Mude começando devagar!
Não
mudamos por medos e inseguranças, vivendo agarrados a hábitos. Esta é uma atitude
constante para controlar o que não se consegue controlar!
Veja o mundo noutras perspetivas…
Sugestões:
▪ Sente-se noutra cadeira, no outro lado
da mesa e, mais tarde, experimente mudar de mesa.
▪ Quando sair, procure caminhar no outro
lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente,
observando com atenção os lugares por onde passa.
▪ Mude de direção nas estradas que
habitualmente percorre.
▪ Mude por uns tempos o estilo das
roupas, dê os objetos que já não usa, deite no lixo o que é velho, que acumula
e já não serve.
▪ Procure andar descalço de vez em
quando...
▪ Aproveite uma tarde inteira para
passear livremente na praia, no campo, e ouvir o canto dos passarinhos.
▪ Abra, feche as gavetas e portas com a
mão esquerda, ou direita…
▪ Durma no outro lado da cama. Depois,
procure dormir noutras camas…
▪ Assista a outros programas de
televisão, compre outros jornais, leia outros livros.
Não faça do
hábito um estilo de vida!
Mantenha uma
postura de abertura face à novidade!
Tente!
▪ Durma mais tarde... ou mais cedo.
▪ Coma um pouco menos, ou um pouco mais;
escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novos sabores.
▪ Compre pão noutra padaria/pastelaria.
▪ Almoce mais cedo, jante mais tarde ou
vice-versa.
▪ Tome banho em novos horários, use gel
de banho diferente.
▪ Troque de bolsa, de carteira, de mala...
Mude!
Lembre-se de que a Vida é uma só!
E pense seriamente… de que forma, no trabalho e no seu dia a dia, se
poderá tornar alguém mais digno, mais humano!
Seja
criativo!
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude de novo.
Experimente outra vez!
Certamente, conhecerá coisas melhores e outras piores do que as
conhecidas, mas não é isso o que importa. O mais importante é flexibilizar a
resistência que todos temos face à mudança.
Aventure-se
um pouco para além da sua zona de conforto!
Que estas
sugestões possam ser consideradas como um convite à reflexão, pois somos
competentes para gerir o nosso próprio conhecimento e a nossa aprendizagem!
Também a
reflexão sobre esta temática constituiu o ponto de partida para a ação de formação
“Gestão de Conflitos”, iniciada neste mês de março para o Pessoal Docente do AE
Afonso de Paiva, e da qual daremos notícia.
A Psicóloga Cidália Ribeiro
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